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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Liga Simpática

Há cerca de um mês, António Varela escreveu no jornal Record sobre o facto da liga portuguesa ser a liga "miss simpatia". Dizia o autor do artigo que a nossa liga "É gira, simpática e tem clubes participantes, como o FCPorto, que vão fazendo umas flores e, ciclicamente, até ganham a Liga dos Campeões ou a Liga Europa, mas onde os jogadores estão de passagem, à procura de contratos em Inglaterra ou Espanha. É quase de lei que um futebolista contratado na Argentina ou no Brasil por um clube português aspire “dar o salto”."
Um pouco por sorte do acaso, ontem vi um filme intitulado "The Rebound" em que uma mulher, atraiçoada pelo marido, decide fugir para outra cidade onde conhece um rapaz (25 anos) bem mais novo que ela (40 anos). A relação entre ambos fortalece-se e a paixão surge repentinamente. 
Ora, esta mulher de 40 anos tem uma amiga que é uma espécie de conselheira e que, numa das cenas do filme, lhe diz algo que me chamou a atenção e que relacionei com o artigo que referi no início deste texto: agora que esta relação com esse rapaz mais novo permitiu esqueceres o teu ex-marido e serviu como uma fase de transição, já podes voltar a sair com outros homens (não é uma citação directa, mas sim indirecta).
Realmente, o que quero destacar aqui neste conselho da amiga é o facto de ela ter apelidado de "fase de transição" a relação que teve com o rapaz mais novo.
Esta situação recordou-me exactamente aquilo que se passa com a nossa liga de futebol. Ela é o tal rapaz mais novo. Apenas serve de trampolim para outros voos dos jogadores que por cá habitam.
Daí sermos a liga "miss simpatia", pois toda a gente gosta de nós e do nosso futebol (só que somos uns tesos), mas somos apenas um local de transição de jogadores de futebol e do seu amadurecimento para ligas mais fortes...
Já viram se fizéssemos o mesmo em todas as nossas relações? Imaginem alguém dizer algo deste género: "Ah, eu namoro com esta rapariga, porque assim vou estar melhor preparado para um dia namorar e viver com uma mulher mais bonita e jeitosa..." (O mesmo se aplica em sentido inverso no que concerne ao género).    
A relação que se estabelece entre o jogador de futebol e o clube, a cidade e os adeptos, deveria ser muito mais que uma simples fase de transição. 
Por isso é que já não há amor à camisola...
Em Portugal, os clubes de futebol são cobaias em laboratórios experimentais de clubes ingleses, espanhóis e italianos, essencialmente...

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