Esta história passa-se no início da década de 90, numa altura em que jogava no meu último ano de juniores no Clube Futebol de Serzedo.
Nessa altura eu era o capitão da equipa, tendo assumido o cargo à 2ª jornada do campeonato em Lever.
O nosso mister chamava-se Jeremias e foi ele que me deu a braçadeira de capitão.
Isto serve para dizer que, por cada vitória que obtivéssemos, ganharíamos 500 escudos que me seriam entregues até ao final da época.
Por muito que me custe dizer, no final do campeonato amealhamos...500 escudos, fruto duma vitória em casa por 2-1 frente ao Perosinho.
Mas convém referir que não fizemos apenas 2 pontos (na altura, 1 vitória correspondia a 2 pontos) durante a época toda. Fizemos 4 pontos, fruto da tal vitória e de 2 empates (um deles em Lever por 2-2 e o outro em Perosinho por 1-1). Como podem ver, fomos a besta negra do Perosinho... :-)
O que pretendo salientar disto tudo não são os nossos resultados, mas sim o que aconteceu aos 500 escudos que tínhamos ganho.
Ora bem, no nosso último jogo em Valadares (derrota por 10-1), cujo golo da nossa equipa foi marcado pelo António Reis (Pedrinha), eu, mais o jogador que acabei de referir e o Zé Manel fomos os primeiros a chegar ao campo do Valadares (pois...não havia autocarro do clube).
Do Zé Manel, não me lembro se ele foi logo para o campo ou não.
Já eu e o Pedrinha, através duma ideia que este teve, fomos à tasca mais próxima e "amarfanhamos" uns sumos e uns travesseiros de chocolate à custa do esforço do pessoal na única vitória que tivemos. É verdade, gastamos aí os 500 escudos...
Uma coisa é certa: fomos de barriga cheia para o jogo e viemos de lá com o saco cheio de bolas...
Foi um domingo de fartura... :-)
Para aqueles que comigo e com o Pedrinha jogavam, peço imensa desculpa pelo desaparecimento dos 500 "paus", mas foi um acto "normal" de quem é adolescente. Agora, jamais seria capaz de cometer tal acto.
Como capitão, o exemplo não foi o melhor, pois fui aliciado pela capacidade de argumentação do Pedrinha.
Já nessa altura se via que ele, um dia, seria jornalista... :-)
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